Para a vida ficar mais leve

Promessas de ano novo?

2017aChega dezembro e, com ele, um calor insuportável, a musiquinha de fim de ano da Rede Globo, e um sentimento misto de depressão pelo que não foi feito no ano que termina com a empolgação para realizar essas mesmas (ou outras) coisas no ano que virá. É nessa época que surgem as promessas inocentes de no ano que vem eu…

Arrisco-me a dizer que, no geral, essas promessas vão dar tão certo quanto a tentativa de fazer um cachorro tocar piano. Isto é, é possível, porém, muito difícil. Mas por quê?

A meu ver, projetar a realização dos nossos planos para o futuro dificulta muito tirá-los do papel. É o hábito de deixar para o amanhã porque existem outras prioridades.

Não é que, de fato, não existam prioridades. Não adianta querer viajar o mundo se a saúde não está em ordem ou se as contas estão no vermelho, por exemplo. Mas a reflexão que eu gostaria de provocar aqui é: em que medida adiamos nossos planos por motivos realmente relevantes, e em que medida adiamos por inércia?

Promessas de ano novo dão a falsa sensação de que o ano que virá é o momento ideal para começar ou recomeçar. Mas o que é o ano novo, senão 365 dias, multiplicado por 24 horas? Não vou nem falar dos minutos e segundos. Faz diferença esses 365 serem contados a partir de primeiro de janeiro ou de trinta de outubro? Evidentemente, não. E não faz diferença simplesmente porque o melhor momento para começar a fazer algo é o agora. O momento presente é inevitável.

Não é fácil incorporar essa ideia no dia-a-dia, mas confesso que pensar nela tem me ajudado a romper com a inércia e ir atrás dos meus objetivos.

Nesse contexto, nesse meu último texto de 2o16 não vou escrever sobre o que pretendo realizar em 2017, mas sim sobre algumas reflexões e hábitos adquiridos ao longo desse ano que me ajudaram a aproveitar melhor o momento presente e, por este motivo, acho legal registrar e compartilhar 😀

Vamos lá!

  1. Não espere a situação ficar insustentável para agir. Quando você sentir ou prever que determinada “coisa” (trabalho, relacionamento ou seja lá o que for) pode dar problema no futuro, dedique maior atenção e tente resolver ou se precaver. Se no final ainda der errado, ao menos fica a sensação de ter feito o possível. Às vezes dá uma “dorzinha” e preguiça de enfrentar assuntos e tarefas difíceis quando a necessidade não é “tão extrema”, mas, acredite, é melhor sentir essa “dorzinha” agora do que acumular e esperar o enrosco transbordar.
  2. Organização e procedimento importam. Só em julho deste ano adquiri o hábito de usar calendário, agenda, e de listar tarefas. Além disso, passei a quebrar “tarefas grandes” em “tarefas menores”. Parece algo bobo, mas foi depois disto que passei a ter percepção do passo-a-passo para tirar planos do papel, o que me ajudou a executá-los. Além disso, riscar uma tarefa dá uma sensação de satisfação que me motiva a seguir em frente.
  3. Não insista com o que não te faz bem ou não faz mais sentido para você. Sabe aquele trabalho insuportável? Aquele relacionamento que faz você se sentir ruim? Deixe ir! Insistir de início pode ser uma tentativa de ver alguma melhora, mas, se o sofrimento começa a ser frequente, é hora de mudar. A felicidade está na fluidez: se tem que fazer muito esforço, tá errado. Muda! Eu sei que mudar dá medo – falo por mim -, mas a sensação de libertação é indescritível.
  4. Aproxime-se de pessoas positivas e seja você também uma delas. Procure pessoas na mesma sintonia que você, pessoas que te motivam e te façam todo dia ser uma versão melhor de si mesmo. Além disso, seja também uma delas. Ver o copo meio cheio ou meio vazio é um hábito. Agradecer pelo que se tem hoje é um exercício diário de ser feliz. Eu sei que tem momentos em que tudo parece estar uma merda, mas, quando acontecerem, pense em quantas boas você já viveu e no quão gostoso é sentir o toque do calor na pele, o quão bonito é o contraste das cores em determinada imagem. Existe alegria e beleza por todo canto. Existe sempre um motivo para sorrir. E você também pode passar essas sensações gostosas para quem está ao seu redor 😀
  5. Peça ajuda e pare quando for necessário. Talvez este seja um dos meus maiores aprendizados de 2016 e  é algo que eu ainda preciso praticar todos os dias. Para mim é muito difícil reconhecer que cheguei no meu limite e que não conseguirei resolver sozinha. Admitir fraqueza e pedir ajuda é libertador.

É isso 😀

Feliz 2017 a todos!