Encerrado o expediente, hora de correr para a faculdade. Aula super importante, professores exigentes, matéria interessante. Aquele corre-corre pelo centro da Paulicéia, com direito a passar todos os dias pelos cartões postais do Fórum João Mendes e Igreja da Sé.
Passos apressados na rua Riachuelo, seis horas e já é possível sentir o cheiro forte de cigarro vindo do Porão. Cruzo apressada o portão de entrada da faculdade rumo à sala de aula, e acabo encontrando por acaso, sentado em um dos bancos ao lado da sala dos estudantes, um amigo que fazia tempo que não via.
Puxa vida, que vontade de conversar. E aí, como você tá? E o trabalho? E os estudos? E seus sonhos? Como vão? Ele me fala sobre as aulas de violão, eu lhe conto sobre meus projetos. Falamos do passado, das nossas angústias e expectativas. E das músicas que a gente ama, também. E aí a gente ri, se abraça, se sente bem. E é isso que importa.
Se fui na aula? Não. Se estou arrependida? Não também. Por que são momentos assim, de felicidade descoberta pelos cantos, que fazem a vida valer a pena. A vida fica tão mais leve quando a gente se dá o direito de sentir prazer nas pequenas coisas.
Tão mais leve, tão bom!