Quem me conhece bem sabe que não sou muito chegada a séries. Aqueles que gostam, não me levem a mal. É que eu não tenho muita paciência e estômago para ação e dramas. Se tiver violência explícita, menos ainda.
É preconceito. Eu sei. E a vida tá aí para fazer a gente rever alguns conceitos, não é mesmo? Em tempos de Pandemia, nos quais o ideal é ficar em casa e nem há para onde ir, a gente tem que se virar.
No meu caso, o significado de “se virar”, entre outras coisas, foi dar mais uma chance para o Netflix depois que acabou Jane, a virgem (uma das poucas séries que realmente acompanho, porque é muito fofinha e divertida <3 ).
E a chance veio com Modern Family. Zero arrependimentos, porque a série é realmente muito boa! 🙂
Ela é antiga (2009-2020), com episódios bem curtos (+- 25 minutos) e dinâmicos, e explora as nuances de personalidade e os conflitos de relacionamento entre os personagens, todos familiares.
Nas primeiras temporadas, a trama gira em torno de três núcleos familiares relacionados:
~Claire e Phil são um casal ‘padrão’, e os pais de Haley, Alex e Luke, filhos biológicos.
~Mitchel e Cameron são um casal homoafetivo, e são os pais da pequena Lily, adotada em outro país.
~Jay e Glória estão ambos em seu segundo casamento, com o detalhe de que Gloria é colombiana e tem a idade dos filhos de Jay (Claire e Mitchel), e tem um filho do outro relacionamento, Manny, que mora com o casal.
Com um tom leve e descontraído, a série expõe conflitos comuns a toda família e relacionamentos de longo prazo: preocupação com o futuro dos filhos, rivalidade entre irmãos, agradar o parceiro ao valorizar os hobbies e a cultura dele, esforço para aceitar os filhos como eles são, esforço para manter a “chama” do amor acesa, conflitos entre personalidades diferentes (calmos x intensos, sonhadores x racionais), dilema entre magoar o parceiro e deixar de fazer algo que goste, sentir-se incompreendido pelo parceiro/família, e por aí vai.
Além da série ser bem divertida, o que mais gosto nela é a mensagem de que família não é a união padrão de homem e mulher com filhos, mas, sim, a união de pessoas com um forte vínculo emocional que decidem ficar juntas, crescer juntas, compartilhando o que há de melhor e pior na vida.
Família, no fim, é algo que se constrói: aprender a ser flexível e paciente, a perdoar, a fazer o outro feliz, a ser um ambiente seguro e acolhedor de nossas vulnerabilidades. É decidir ficar junto num contexto cheio de “apesar de”, porque vale a pena, porque o saldo final é positivo.
Com muita leveza e graça, a série faz a gente refletir sobre o que realmente importa quando o assunto é ‘família’. É clichê, não nego. Mas é daqueles clichês importantes, que às vezes a gente esquece, e é bom lembrar.
E você, já conhecia a série? Gostou? Me conta nos comentários 🙂