Faz muito tempo que não entro no Facebook. Para mim, ele é praticamente um museu de quem eu era. Gosto de ler meu passado e perceber as partes de mim que se foram, e outras partes que ainda permanecem. Me envergonho de algumas, sinto falta de outras. Sinto falta de como eu tinha “menos filtro” para falar, me expor nas redes sociais. Coisa que perdi com o tempo (não sei o porquê), mas atualmente tento reconquistar.
Não é qualquer exposição que importa, mas, sim, a que agrega, nutre a mim mesma e a outras pessoas ao redor. Falar por falar é desperdício de energia, mas, se a palavra puder mudar o dia de alguém para melhor, a energia se amplia – e é isso o que busco.
Eis que, para minha surpresa, final de semana passado uma amiga minha me lembrou de uma poesia que escrevi há oito anos atrás (março de 2014) e publiquei no Facebook. Essa poesia estava num outro blog meu (desativado há alguns anos) e, como gosto muito, muito dela, resolvi publicá-la aqui. Hoje.
Sim, porque hoje é dia oito de março. Dia internacional da mulher. E, para além de ser uma data de reflexão sobre a trajetória das mulheres ao longo do tempo e de crítica aos problemas de gênero ainda existentes, é uma data para mostrar toda a nossa potência.
Por isso, hoje escolho mostrar um outro lado meu, mais introspectivo, reflexivo e, quem sabe, artístico, ligado às palavras. Um lado meio poetisa que, embora nem sempre se expresse, vive aqui comigo.
Aproveitando o momento, convido a todas vocês a mostrarem o melhor que tem aí de dentro também! [heart]
Então, vamos lá:
04.03.2014
“Felicidade precária, essa sua.
Começa só às seis da sexta, e termina às doze de domingo.
Me diz amigo, adianta viver em vão?
Conformou-se com o não
“Não tenho tempo, não posso, não quero, não gosto”
E esqueceu-se de todo o resto?
Do nascer do sol. Do brilho bonito dos cabelos castanhos à luz do sol.
Do pôr do sol. Do abraço. Do cheiro. Do beijo.
Do toque macio do cobertor no corpo, molinho e quentinho, recém acordado.
Do cheiro do café com leite, pão na chapa bem quentinho.
Esqueceu-se do toque da água fresca no calor intenso do verão?
Esqueceu-se do toque morno, quase abraço, de um bom banho no inverno?
Esqueceu-se das risadas após os filmes da madrugada?
Amigo, você se esqueceu de como éramos até então?
Pois faço questão de recordá-lo, quem era.
Era o abraço. Era a motivação. Era a outra opinião.
Era contestação, era suspiro, era até a vergonha (de vez em quando, sempre boa)
Esqueceu-se de como é andar livre? Andar sem medo, andar de boa.
Andar na Sé.
Esqueceu-se de como é não pegar transito e sentir o cheiro das pessoas?
Quem sabe fugir do horário de pico com um bom café e conversa fora.
Amigo, eu te envio mensagens pra tentar te ligar.
Amigo, a vida é mais do que o ir e vir.
A vida é todo dia.
Tudo no dia.
Tudo.”
Priscila Esteves
Moça, celebre quem você é hoje, sem perder de vista quem você quer ser no futuro.
Lembre-se, merecemos só coisas boas, e somos capazes conquistar tudo o que quisermos <3