Eu já contei para vocês que, de uns tempos para cá, notei que estou com dificuldades de expressar o que eu sinto. Desde então, isso é uma questão que eu pretendo melhorar em mim. A pergunta que fica é: como?
Penso que não existe uma resposta única e certa. Mas não tenho dúvidas de que, qualquer que seja o método, precisa ser algo que provoque justamente o que eu venho evitando, já que a exposição e o enfrentamento são os únicos remédios para a cura de qualquer medo.
Confesso que demorou algum tempo até eu fazer alguma coisa para tentar resolver essa questão. Sabe como é, a natural tendência do ser humano de esconder a sujeira debaixo do tapete…
Depois de algumas conversas a esse respeito (obrigada Leo ❤), fui desafiada a assistir um anime e a experimentar alguma série no Netflix, já que, por algum tempo, eu fugi desse tipo de entretenimento.
A ideia é usar desenhos e séries em doses homeopáticas para voltar a sentir e expressar sentimentos. Penso que tem dado certo. E a experiência foi tão boa que o tema virou assunto desse post.
Bom, chega de xalalá, vou contar para vocês um pouco sobre o anime e a série que assisti 🙂
- Psyco Mob
“Psyco Mob” é um anime que conta sobre a vida de um jovem estudante, Shigeo Kageyama, apelidado de “Mob”.
Shigeo é um rapaz com dificuldades de relacionamento e, ao mesmo tempo em que possui poderes psíquicos extraordinários, sofre com questões da adolescência (como ser popular? como se aproximar da garota que ele gosta? como melhorar o desempenho na escola? e por aí vai…).
Apesar de seus problemas pessoais, Shigeo não usa os poderes que possui para resolvê-los. Ele constantemente se esforça para se desenvolver sem atalhos, e isso é uma das coisas mais lindas de se ver no anime, na minha opinião.
Além da timidez – e, talvez, por causa dela – Shigeo tem a tendência de controlar as próprias emoções. O problema é que, quando as emoções dele atingem 100%, ele é dominado por elas, perdendo o controle sobre si mesmo.
Não vou dar spoilers, mas vale dizer que a trama é recheada de conflitos existenciais pelos quais todos nós passamos. Pode parecer um desenho bobinho, mas ele gera reflexões bastante profundas sobre amor, raiva, inveja, propósito de vida, medo, família, morte, amizade…
(Além disso, acredito que quem, assim como eu, gosta muito de cores e fluorescência, vai adorar a arte do desenho)
No YouTube dá para assistir o primeiro episódio dublado:
2. Jane, a virgem
Jane, a virgem, é uma série americana que conta a história de uma jovem de descendência venezuelana.
Ela é uma adaptação da telenovela venezuelana Juana la virgen criada por Perla Farías.
Jane é uma moça responsável, trabalhadora e romântica, que gosta de escrever romances e trabalha em um Hotel ao mesmo tempo em que faz faculdade. Ela mora com a avó e a mãe, e não conhece o pai.
Quando era criança, ela prometeu à avó que só faria sexo depois do casamento. Até aí nada demais, não fosse pelo fato de que Jane engravida por conta de uma inseminação artificial acidental. A partir de então, a vida dela muda da água para o vinho.
Na minha opinião, uma das coisas mais legais na série é a doçura e o bom humor com os quais os temas difíceis são tratados.
Assim como em Psyco Mob, há muitas questões sobre família, amor, raiva, tristeza, inveja, medo, propósito de vida. Ah, algumas questões políticas também são abordadas, como é o caso da imigração ilegal nos Estados Unidos.
Uma das coisas que mais gosto na série são os diálogos entre os personagens. A profundidade e sinceridade com que eles se expressam é inspiradora. Penso que ver essas cenas ajuda a dar um norte sobre como e quando iniciar uma conversa significativa.
Por fim, prepare-se para reviravoltas mirabolantes, casos policiais e paixões avassaladoras – tudo que uma boa trama latina tem! (Alô alô fãs de ‘A usurpadora’, é provável que vocês gostem também!).
Ainda estou na segunda temporada, mas, até onde assisti, vale muito a pena.
A série está disponível no Netflix.
E você, tem facilidade ou dificuldade para se expressar? E o que você faz para lidar com isso? Já conhecia alguma dessas séries? Me conta nos comentários ❤
Créditos da ilustração do post: Chibird